Abril se encerra deixando mais uma vez evidente a tendência de recuperação lenta e gradual da Intenção de Consumo das Famílias no Rio Grande do Sul (ICF-RS). O Sindilojas Gravataí compartilha o indicador que fecha o mês com elevação de 9,5% na comparação com o mesmo período do ano passado. Aos 69,7 pontos, o ICF obteve uma melhora em vários de seus componentes, com exceção da avaliação quanto à renda atual e das perspectivas profissionais. Os dados foram divulgados pela Fecomércio-RS.
“A confiança das famílias ainda é baixa. Apesar da melhora continuada desde agosto do ano passado, a conjuntura impõe limitações à expansão da confiança”, destaca o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn. Segundo ele, no atual cenário cresce a necessidade dos empresários incentivarem mecanismos de vendas ativas.
Mais empregos
O indicador mede a situação do emprego, que cresceu 29,7% em abril (110,8 pontos) sobre o mesmo mês do ano passado. “Os números recentes da atividade econômica no Brasil mostram recuperação. Isso tem se refletido no mercado de trabalho ao reduzir o ritmo de destruição líquida de empregos”, afirma Bohn.
O presidente da Fecomércio-RS lembra ainda que o mês de fevereiro último marcou o fim de um jejum de dois anos sem a criação de empregos no Brasil. No Rio Grande do Sul, considerando os dois primeiros meses do ano, o ritmo de criação líquida de postos de trabalho tem sido maior do que o do ano passado. “Isso passa a mudar a perspectiva das pessoas quanto à manutenção do emprego e é um passo importante para a recuperação do consumo”, pontua.
Preços em ascensão
Ainda no âmbito do mercado de trabalho, a avaliação quanto à situação de renda atual caiu 21,0% na comparação com abril/2016, registrando 59,4 pontos. O resultado desse componente mostra que, embora esteja ocorrendo um processo de desinflação, os preços continuam aumentando, o que se reflete numa percepção de renda real menor. A perspectiva profissional foi outro dado negativo no ICF desse mês, com recuo de 24,0% em relação a abril/2016, alcançando 78,3 pontos. A previsão de melhora na economia tem se refletido na segurança do emprego e não em uma maior confiança dos trabalhadores.
Consumo ainda é baixo
Em relação ao consumo atual, o índice persiste em nível pessimista, apesar de ter apresentado alta de 10,1% na comparação com abril/2016, marcando 46,6 pontos. A facilidade de acesso ao crédito aumentou 2,5%, atingindo 58,8 pontos. O crédito permanece caro e os bancos, por sua vez, continuam muito restritivos na liberação de recursos. Já o indicador que mede o momento para o consumo de bens duráveis apresentou crescimento de 26,3%, ficando em 42,8 pontos. Apesar da alta em abril, a pesquisa destaca que o cenário atual de renda e crédito afeta de forma especial o consumo de bens duráveis, itens geralmente de maior valor.
O indicador de perspectiva de consumo apurou 91,2 pontos, apresentando variação de 88,2% em relação ao mesmo mês do ano passado. O dado reforça o movimento de alta continuada desde agosto/2016. (Fonte: Fecomércio-RS).
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