Venda direta de fabricantes ao consumidor desequilibra a concorrência e põe em risco milhares de empregos
Na defesa dos interesses de seus representados, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) vem a público manifestar a sua preocupação com a iniciativa adotada por parcela do setor industrial de materiais de construção de realizar a venda direta ao consumidor final, excluindo da cadeia de comercialização as empresas varejistas. Tal prática coloca em xeque milhares de empregos diretos e indiretos nos estabelecimentos de todos os portes que contribuem de maneira significativa para o desenvolvimento econômico e social de todas as regiões do Brasil.
A exclusão dos estabelecimentos do comércio na venda desses produtos pode até gerar maiores retornos financeiros para alguns poucos atores da nossa economia, mas não sem ser às custas da existência e da viabilidade econômica das micro e pequenas empresas, sobretudo daquelas localizadas em áreas menos desenvolvidas. O resultado disto tende a ser prejudicial para a toda a coletividade, sendo impositivo ao nosso futuro ao desequilibrar a concorrência e ferir o ideal de uma nação mais justa e igualitária.
A CNC entende que as práticas empresariais, ainda que lícitas e fundadas na livre iniciativa, também devem estar amparadas em outros princípios igualmente importantes resguardadas pela Constituição da República, em especial a observância da função social da propriedade, a busca do pleno emprego, e a redução das desigualdades sociais, todos elencados nos incisos do artigo 170 da Carta Magna.