Segurança Pública e Racismo foram os assuntos destacados.
Com objetivo de sensibilizar, conscientizar e alertar sobre o enfrentamento da violência contra a mulher, o Movimento Gravataí Lilás em parceria com o Sindilojas Gravataí promoveu o Impacto Lilás 2023, na noite desta quarta-feira (30), na sede do Sindilojas.
O encontro, que reuniu, aproximadamente 100 pessoas, superou as expectativas, com a apresentação de painéis que abordaram temas voltados para a “Segurança Pública e Inovações Legislativas” e “Racismo Estrutural e Ações Afirmativas”.
Movimento Gravataí Lilás e Casa Lilás juntos em combate a violência contra a mulher
O evento foi aberto pelo coordenador do Movimento Gravataí Lilás, o advogado e consultor imobiliário, Jason Furquim, que enfatizou como começou o Movimento e os motivos que impulsionaram para que um grupo atuasse de forma voluntária para esta importante causa.
O coordenador do Movimento Gravataí Lilás apresentou dados de pesquisa da Data Folha referente ao ano de 2022, citando que 6% das mulheres que responderam à pesquisa afirmou ter sofrido violência. Dessas, 69% não comunicaram as autoridades. 35% das mulheres disseram que tem medo de morrer em decorrência da violência. 81% das participantes desta pesquisa concordaram que as mulheres que sofrem violência ficam em casa por falta de recursos para ir para outro lugar.
No painel “Segurança Pública e Inovações Legislativas”, mediado pela advogada e embaixadora do Movimento Gravataí Lilás, Emily Figueiredo, participaram o Tenente Coronel, comandante do 17BPM, Clodemilson Silva Bueno, o vereador, Presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara de Gravataí, Claudecir Lemes. Claudecir instituiu o Selo Lilás, criado para reconhecer empresas que apoiam o combate à violência contra a mulher. “Empresas privadas que desenvolverem ações de acolhimento e proteção à mulher poderão obter o selo”, salientou Claudecir.
A psicóloga e coordenadora da Casa Lilás da prefeitura municipal de Gravataí, Analu Sônego falou sobre a união de forças do executivo, legislativo, Ministério Público e a Patrulha Maria da Penha da Guarda Municipal. Analu explicou a estrutura completa do município para atender situações de violência doméstica. “Temos um potencial que representa este conjunto de serviços que visam trazer acolhimento, apoio e segurança para as vítimas de violência”. Representantes do 17°BPM, Janaina Bonh e Marcos Vinícius explicaram como funcionam as ações voltadas ao combate da violência contra a mulher na localidade.
São alarmantes os índices de ocorrência no aspecto da violência doméstica. “É preciso estar muito atento, porque a violência pode começar de forma muito sutil, inclusive com excesso de afetos no início do relacionamento”, ressaltou a assessora jurídica da Casa Lilás, Thaís Marcelino.
A relação do racismo com a violência
Do painel “Racismo Estrutural e Ações Afirmativas”, participaram a Cientista Social, Mestra e Doutoranda em Sociologia. Cantora, percussionista e militante social antirracista por mais de 30 anos, Nina Fola ressaltou tópicos sobre o racismo estrutural, com abordagem nas diversas situações vividas por mulheres negras, atualmente, mostrando a relação do racismo e da violência contra a mulher negra.
Na ocasião, a especialista em desenvolvimento humano e graduanda em Neurociências, Stella Maris relatou o momento da sua vida, quando ainda na infância, assistia violência física. “Precisamos falar. Não se cale. Acolha. Apoie. Existe uma rede de serviços que pode trazer paz e acolhimento para as vítimas”.
Ao final, o mediador, mestre em História e doutorando em História, Vinícius Almeida, mediou o painel e questionou os participantes: “Quantas mulheres negras vocês têm visto ocupando a liderança em espaços de trabalho?
O evento contou com a presença do Gerente Executivo do Sindilojas Gravataí, Everton Fonseca, do diretor superintendente do Hospital Dom João Becker, Antonio Weston, a presidente da Acigra, Cristina Pastro, da diretora do Senac Gravataí, Cristiane Perosa, além da parceria do Giro de Gravataí e Projeto Ester – Somos Todas Irmãs.