Intenção de Consumo das Famílias reflete cenário desafiador para a retomada do consumo

A edição de agosto da Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou 67,0 pontos, o que representou uma queda de 3,8% frente ao mês passado e de 26,0% em relação ao mesmo período de 2019. Os dados, divulgados pela Fecomércio-RS, mostram que desde março, mês em que se adotaram as primeiras medidas de distanciamento social, a perda acumulada foi de 32,5%. A edição de agosto, que reflete a percepção das famílias no final do mês de julho, embora não mostre interrupção das quedas, indica diminuição das perdas.

Os indicadores que avaliam o mercado de trabalho na pesquisa levam em consideração a percepção da situação do emprego atual e também da renda atual. Embora em ambos os casos o nível do indicador seja muito inferior ao do mesmo período do ano passado, o indicador de situação do emprego teve uma queda mais branda do que no mês anterior, ao passo que o indicador de renda atual avançou 1,1% na margem e interrompeu uma série de quatro quedas sequenciais. A tendência ao abrandamento das quedas já vem de meses anteriores, e a inversão do indicador na avaliação da renda (único indicador a ter aumento na margem nesta edição do ICF-RS) pode estar sinalizando uma estabilização neste quesito.

No que se refere às condições de consumo, os indicadores nível de consumo atual e momento para duráveis tiveram, pela quinta vez consecutiva, queda marginal menos intensa do que no mês anterior; para o acesso a crédito, a quarta contração mensal também apresentou desaceleração, e o indicador se mantém em nível superior aos dos outros dois aspectos.

O nível de consumo atual atingiu a marca de 59,3 pontos. Este é o menor resultado desde abril de 2018. Desde o início das medidas de distanciamento social, em março deste ano, a análise do indicador por grupos de renda revela quedas semelhantes. Enquanto as famílias com até dez salários mínimos (SM) apresentaram redução de 34,0% no nível do indicador de consumo atual, as famílias com renda superior a dez SM perderam 30,8% no respectivo índice.

A análise de expectativas mostrou a piora dos indicadores de perspectiva de consumo e de perspectiva em relação ao emprego na passagem do mês. Aos 68,7 pontos a perspectiva de melhora profissional se encontra no menor patamar desde dezembro de 2018, enquanto que a perspectiva para o consumo é a menor desde dezembro de 2017, com 53,8 pontos.

“Esses resultados refletem a percepção das famílias no final do mês de julho. Vimos avanços importantes em agosto no que diz respeito à uma retomada mais disseminada entre as atividades. Entretanto, a insegurança quanto a retrocessos na abertura dos negócios bem como da dinâmica da pandemia acabam por impactar a confiança das famílias e, com isso, sua intenção de consumo”, comentou Luiz Carlos Bohn, presidente da Fecomércio-RS.

Fonte: Ascom/Fecomércio-RS

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