O presidente do Sindilojas Gravataí e gestores acompanharam a live realizada pelo Sistema Fecomércio-RS, na noite desta terça-feira (18-08), sobre “A Sociedade Pós-pandemia: economia e comportamentos”, com os palestrantes, o filófofo, escritor e ensaísta, Luiz Felipe Pondé e o economista Marcelo Portugal.
Na parte da economia, Portugal apresentou os principais impactos para microempresas, após a pandemia. O analista acredita que acontecerão mudanças de curto (temporárias) e longo prazo (permanentes).
De acordo com o economista, a pandemia acelerou o processo de adoção de novas tecnologias nas vendas, no ensino, na organização e nos processos das empresas, etc. “A tecnologia já existia, faltava o “incentivo”, para usar”.
A previsão é de que a competição entre as empresas se intensificará com o uso da tecnologia e a recessão. “Em parte, haverá volta ao passado, mas não completamente”. Portugal salienta que a inovação se destacou durante a pandemia e isso mostra a importância de ser flexível e ágil.
Pós-pandemia: tempo de crise ou de oportunidade?
Os palestrantes falaram sobre as perspectivas no período de pós-pandemia, se a tendência será de crise ou oportunidades. Portugal ressaltou que do ponto de vista econômico, tem certas escolhas difíceis ao médio prazo para que as coisas possam dar certo. “Para mim, oportunidade é o crescimento do país, ter uma melhor distribuição de renda e vai depender de nós. O que será feito em termos de modificações e que poderão dar certo”.
A discussão, segundo Portugal, é a questão de fazer a economia crescer mais rápido com o aumento da economia e aumento do gasto público. “Um dos pontos centrais é a questão do saneamento e fazer isso com dinheiro privado e não com dinheiro público. Capital privado deve entrar em outras áreas. A questão é que se repete as coisas do passado. A grande parte da desigualdade é sobre a desigualdade na educação. Tem muita oportunidade para tornar a crise num momento transformador no país”, analisou.
Pondé acredita que esta crise pode trazer oportunidades para quem tem condições razoáveis, que teve acesso a cursos e que pertencem a uma escala intelectual diferenciada. O filósofo enfatiza que as oportunidades serão mais difíceis para os jovens que estão na escola pública. “Infelizmente esta questão social será impactada”. Por outro lado, se a vacina for descoberta e deixar de ser um ativo político, será uma grande conquista.
Crescimento maior da tecnologia após pandemia
Para Pondé, a vacina é uma verdadeira alforria com relação aos passaportes imunológicos. “O risco maior para ele sobre o passaporte imunológico é o crescimento da tecnologia da informação. Este fato poderá ir além da pandemia, com crescimento de dados que possam ter crescentes métodos para avaliação de seguros de saúde e seguros de vida”.
Sobre a tecnologia, vai acontecer a mesma situação mencionada por Pondé em relação ao comportamento humano após a pandemia. “O ser humano não vai mudar. Vamos continuar tão bons ou tão maus. Não haverá mudança significativa no comportamento neste sentido” pontuou. Para Portugal, o Estado tem o poder de controlar o que passa, que são questões de segurança individual e de privacidade.
De acordo com o escritor filósofo, tecnologicamente é importante que as empresas intensifiquem os cuidados, utilizem ferramentas e ampliem a segurança dos seus consumidores.