Secretária Ana Amélia Lemos fala sobre preparação do RS para os negócios internacionais e complexo sistema tributário brasileiro

As perspectivas internacionais para os negócios gaúchos foram apresentadas pela Secretária Extraordinária de Relações Federativas e Internacionais do RS, Ana Amélia Lemos, nesta quinta-feira, dia 27, durante um evento on-line da Fecomércio-RS. O presidente da Federação, Luiz Carlos Bohn, fez a abertura do Negócios em Pauta, que foi mediado por Pedro De Marchi Calazans, presidente da Câmara Empresarial Argentino Brasileira, co-realizadora da live.

Bohn afirmou que o mercado internacional pode ser uma alternativa para as empresas do setor terciário neste momento de dificuldades para a economia nacional, que enfrenta uma crise econômica originada não só com a chegada da pandemia de coronavírus, mas, há quase uma década. “Apesar de boa parte das exportações hoje ainda serem produzidas pela indústria, temos que lembrar que muitos serviços também podem ser exportados, o que só reforça as oportunidades de ampliação de mercados para a economia gaúcha”, afirmou.

A exportação da indústria, segundo Bohn, envolve uma série de outros serviços que podem ser prestados por empresas gaúchas, como o planejamento, comercialização, transporte e financiamento. Além disso, existe um novo universo de serviços que começa a ser passível de exportação com as inovações recentes aceleradas pela pandemia. “Serviços de informação, educação, consultoria, marketing e inúmeros outros que vêm sendo realizados de forma remota há mais de um ano. O que impede empresas gaúchas de vendê-los para outros países?”, questionou o presidente.

Bohn também lembrou que o comércio internacional não se resume a exportações e a facilidade para importar também é um fator extremamente importante para um setor produtivo. “Além dos ganhos de eficiência que as importações oportunizam a uma economia relativamente pequena como a gaúcha, é fundamental lembrar que grande parte de nossas importações ainda sofrem alguma transformação realizada por empresas gaúchas antes de chegar ao consumidor final, o que resulta em geração direta de renda em nosso estado”, finalizou.

As conexões internacionais do Rio Grande do Sul e o complexo Sistema Tributário Brasileiro

A Secretária Ana Amélia Lemos abriu sua fala ressaltando que o Rio Grande do Sul é um estado preparado para os negócios internacionais e a organização dos empresários gaúchos na participação de feiras internacionais comprova isso. Ela também ressaltou a grande vocação internacional que o estado tem devido à ótima localização geográfica, com fronteira para Argentina e para o Uruguai. Além disso, o estado gaúcho é o único entre todos os brasileiros que faz fronteira com o país uruguaio, o que torna os dois grandes parceiros em negócios. A Secretária ainda lembrou que, devido a essa aproximação, o único Acordo Sanitário feito no Brasil durante a pandemia foi com o Uruguai.

Outro país muito parceiro do governo gaúcho, segundo Ana Amélia, é a Argentina. Através de reuniões possibilitadas pela Câmara Empresarial Argentino Brasileira, o país argentino e o RS chegam sempre a soluções em comum. Foi o caso da decisão de fazer testagem para Covid-19, através de PCR, em caminhoneiros que transportavam cargas entre Brasil e Argentina com o objetivo de não trancar a fronteira.

A modernização na diplomacia de negócios e na emissão das Licenças Ambientais feita pelo governador Eduardo Leite tem dado frutos, segundo a Secretaria. A mudança trouxe agilidade para os investimentos no RS, o que gerou um interesse maior de países e seus Embaixadores em estar aqui para dialogar com o governo sobre a abertura de negócios no estado. Ana Amélia disse que antes dessa modernização muitas empresas desistiam de investir no estado gaúcho porque as licenças ambientais eram muito burocráticas e demoradas. “Esse é o esforço que o governador está fazendo para transformar nosso estado em um estado atrativo para os investimentos”, disse.

O sistema tributário brasileiro é um dos maiores gargalos a serem enfrentados por empresas que querem investir aqui. A carga tributária brasileira assusta não só os empresários brasileiros, mas, também aqueles que querem vir para cá. Segundo Ana Amélia, as empresas trabalham 1500 horas por ano para pagar impostos no Brasil. “O sistema tributário brasileiro é uma parafernalha enorme. As empresas têm que ter um sistema gigante para atender a essa floresta de tributos”, disse. A Secretária afirmou ainda que a saída para este problema é simplificar todo o sistema através do projeto de Reforma Tributária que está na Câmara de Deputados.

Ana Amélia Lemos ainda respondeu a perguntas enviadas pelos participantes.

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