O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou variação de -0,23% em junho, conforme o IBGE, a mais baixa para o mês desde o início do Plano Real. No levantamento que o Sindilojas Gravataí compartilha, junho foi marcado pela deflação, algo que não se via em nenhum mês desde junho de 2006. Desse modo, a inflação acumulada em 2017 alcançou 1,18%, bastante menor do que os 4,42% apurados no mesmo período do ano passado. Considerando-se os primeiros semestres do ano, é o resultado mais baixo da série. Em 12 meses, o IPCA atingiu 3,00%, desacelerando em relação ao mês anterior (3,60%) e situando-se abaixo do centro da meta perseguida pelo Banco Central (4,50%).
Quedas por setor
Entre os grupos de produtos e serviços pesquisados, o destaque foi a queda de 0,77% no grupamento de habitação, que, juntamente com grupo alimentação e bebidas (-0,50%), representou o maior impacto (negativo) sobre o IPCA no mês, de -0,12 p.p.. Quanto aos itens pesquisados, o destaque foi a energia elétrica, com decréscimo de 5,52% e contribuição de -0,20 p.p.. O grupo de Transportes também contribuiu para a deflação do IPCA no mês, ao apurar queda de 0,52%, tendo este resultado impactado em -0,09 p.p. no índice.
INPC
Na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), por sua vez, a inflação registrou variação de -0,28% em junho, ante 0,48% verificado no em mês de maio. Assim, o índice acumulado em 2017 é de 1,08% e, em 12 meses, apura alta de 2,82%.
No que diz respeito ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), em junho, sua variação no país foi de -0,30%, acumulando alta de 1,12% em 2017 e de 2,56% em 12 meses. Na RMPA, o INPC apurou baixa de 0,41%, acumulando variação de 0,91% entre janeiro e junho de 2017. Nos últimos 12 meses, a elevação foi de 2,24%.
Três forças
A trajetória da inflação é resultante de três forças: o impacto derivado de um longo período de aperto monetário, a baixa atividade econômica e o comportamento declinante dos preços dos alimentos. Com o resultado de junho, a inflação em 12 meses assumiu um valor muito próximo do limite inferior da meta de inflação, o que em condições políticas habituais estimularia a uma queda mais acelerada da Selic. Entretanto, os riscos derivados da complexa cena política atual limitam tal queda, o que tende a preservar a alta taxa de juros real. (Fonte: Fecomércio-RS/IBGE).
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