O mês de junho encerrou com dado positivo na Intenção de Consumo das Famílias no Rio Grande do Sul (ICF-RS), conforme levantamento divulgado nesta quinta-feira (6) pela Fecomércio-RS. O indicador apresentou elevação de 21,3% na comparação com o mesmo período do ano passado. Aos 74,3 pontos, confirmou tendência de recuperação lenta e gradual desde agosto/2016, mas ainda permanece no campo pessimista (abaixo dos 100 pontos).
A melhora atingiu vários itens analisados, a exceção foram os componentes que avaliam a renda atual e as perspectivas profissionais. O resultado do ICF sinaliza que apesar das pessoas se sentirem mais seguras quanto ao emprego e terem perspectivas mais favoráveis de consumo, percebem sua renda diminuída no confronto com 2016. “A intenção de consumo das famílias cresce motivada pela expansão em praticamente todas as variáveis. Mas, se o medo de perder o emprego vem diminuindo, por outro lado a ideia de ascensão nas empresas ficou limitada”, analisa o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.
Mais seguros
Um dado positivo de junho que confirmou esse movimento foi a variável “emprego atual”, que mede a situação do emprego atual, cresceu 36,0% sobre junho/2016, alcançando 114,1 pontos. Nesse item, 45% dos entrevistados afirmando estarem mais seguros profissionalmente na comparação com o mesmo período do ano passado. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) vem contribuindo para essa percepção, pois até maio/2017 mostra que foram criados 10.363 postos, enquanto no mesmo período de 2016, foram destruídas 2.656 vagas de emprego formal. Já a avaliação quanto à situação de renda, como mencionado, caiu 7,7%, ficando em 68,1 pontos em junho.
Consumo
Em relação ao consumo atual, houve melhora de 41,9% no confronto com junho/2016, com o indicador alcançando 57,4 pontos. “O consumo vem sendo motivado basicamente pela maior segurança no emprego e a desaceleração inflacionária, que chega a ser deflação em alguns itens”, afirma Bohn, destacando que o indicador continua em patamar deprimido.
Acesso ao crédito
O índice que mede a facilidade de acesso ao crédito teve aumento de 20,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado, alcançando 62,9 pontos. O crédito permanece caro, uma vez que o recuo da taxa de juros está sendo acompanhado também pelo processo de desinflação, o que se reflete numa taxa de juros real alta. Já o indicador que mede o momento para o consumo de bens duráveis apresentou crescimento de 57,9% em junho, ficando em 46,6 pontos. Apesar de registrar recuperação desde agosto/2016, o indicador é muito afetado pelo cenário restritivo de renda e crédito, o que o conserva em um patamar muito deprimido.
Perspectiva profissional
O indicador de perspectiva profissional registrou 77,7 pontos em junho, com uma redução de 20,3% em relação ao mesmo mês de 2016. Assim como nos últimos meses, a perspectiva de melhora na economia se refletiu na segurança no emprego, mas não em uma maior confiança dos trabalhadores em relação ao futuro profissional. Em relação ao consumo, as perspectivas seguem uma trajetória de recuperação desde agosto/2016. Em junho, chegou aos 93,1 pontos, uma alta de 80,7% com relação ao mesmo período de 2016. A pesquisa completa pode ser acessada no link http://bit.ly/2tUNJV0. (Fonte: Fecomércio-RS).
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